Brasil mostra segurança na defesa e pouca criatividade no ataque em estreia de técnico italiano.
Tietado desde o desembarque no Rio de Janeiro, Carlo Ancelotti foi apresentado com pompa na seleção e festejado por onde passou nas últimas semanas, com visita a pontos turísticos e presença em jogos de times brasileiros. Nesta quinta-feira (5), em Guyaquil, teve de encarar a realidade que o aguardava no time nacional.
O Brasil empatou por 0 a 0 com o Equador, no estádio Monumental. Em sua primeira partida sob direção do treinador italiano, a equipe pentacampeã mundial encarou um adversário de qualidade, que ocupa a segunda colocação nas Eliminatórias da Copa do Mundo, e conseguiu um ponto, em duelo truncado, sem gols.
Ainda que tenha chegado celebrando estar à frente da “melhor seleção do mundo”, Ancelotti sabia que a fase era ruim e que o confronto fora de casa não era fácil, contra um rival bem treinado pelo argentino Sebastián Beccacece. Se não descobriu a pólvora em sua estreia, armou um time firme, que marcou com segurança e encontrou bastante dificuldade na criação.

Ao apito final, a formação verde-amarela ocupava a quarta colocação no torneio classificatório da América do Sul para o Mundial de 2026, com 22 pontos –poderá cair para quinto na sexta-feira, em caso de vitória da Colômbia. O Equador tem 24 –mesmo tendo começado com três pontos negativos, por escalação irregular na edição anterior das Eliminatórias– e só está atrás da Argentina.
Ancelotti apostou em uma equipe bem mais compacta do que a versão utilizada por seu antecessor, Dorival Júnior. Se o Brasil em jogos anteriores falhou por deixar grandes espaços entre defesa e ataque, em Guayaquil agrupou seus atletas na marcação, em um 4-1-4-1 que forçava o adversário a buscar passes longos.
Com a bola, a saída era feita em três jogadores, Marquinhos, Alexsandro e Alex Sandro. O lateral Vanderson se posicionava bem aberto na direita, com Vinicius Junior na esquerda. E Estêvão, que marcava pela direita, ganhava a liberdade de se aproximar dos três meio-campistas e do centroavante Richarlison.
Ao longo de quase todo o primeiro tempo, as defesas sobressaíram. A seleção brasileira só teve uma chance mais clara em roubo de bola de Estêvão no campo de ataque, mas dois erros seguidos de passe –de Estêvão e Gerson– dificultaram a finalização de Vinicius Junior, travada por Ordóñez. Casemiro, de cabeça, após batida de escanteio, errou a pontaria.
O Equador chegou com maior perigo em dois cruzamentos. No primeiro, Alisson saiu muito mal do gol e contou com erro de Pacho na conclusão. Na segundo, Yeboah não conseguiu dar a direção que desejava no cabeceio, embora o tenha feito com relativa liberdade, aproveitando-se da indecisão entre Vanderson e Marquinhos.

Após o intervalo, cresceram bastante as dificuldades do Brasil na saída de bola, atrapalhada pela pressão exercida pelo rival. Quando a bola chegava ao ataque, Estêvão e Richarlison viviam dificuldades técnicas, motivo pelo qual foram substituídos por Martinelli e Matheus Cunha, aos 19 minutos.
O panorama não mudou muito, embora Casemiro tenha finalizado perigosamente, após passe de Vinicius Junior e corta-luz de Gerson. Andrey e Andreas Pereira ainda foram acionados por Ancelotti, porém os dois times mostraram mais cautela para evitar a derrota nos minutos derradeiros do que ímpeto para buscar a vitória, e o placar permaneceu imaculado até o apito final.
Eliminatórias da Copa do Mundo
Equador 0 x 0 Brasil
Local: Estádio Monumental de Guayaquil, em Guayaquil (EQU)
Data: 5 de junho de 2025 (quinta-feira)
Horário: 20h (de Brasília)
Árbitro: Piero Maza (Chile)
Escalações
Equador: Galíndez; Ordóñez, Pacho, Hincapié e Estupiñán; Vite, Alan Franco, Moisés Caicedo e Yeboah (Kevin Rodríguez); Minda (Preciado) e Angulo (Medina)Técnico: Sebastián Beccacece
Brasil: Alisson, Vanderson, Marquinhos, Alex e Alex Sandro; Casemiro, Bruno Guimarães (Andreas Pereira) e Gerson (Andrey Santos); Estevão (Gabriel Martinelli), Richarlison (Matheus Cunha) e Vinicius Jr.
Técnico: Carlo Ancelotti
(Com Folhapress)