Opinião

Opinião: POR QUE DESISTIR DO BRASIL?

Por Rodrigo Constantino*

Um amigo meu, grande empresário, perguntou ao ChatGPT porque ele deveria desistir do Brasil. Eis a resposta:

Desistir do Brasil não foi uma decisão tomada de forma impensada ou movida por um impulso momentâneo. Foi um processo lento, doloroso e, sobretudo, inevitável diante de tudo o que se tornou evidente ao longo dos anos. Desistir não significa deixar de amar esta terra, suas belezas naturais ou sua cultura vibrante; significa, antes de tudo, reconhecer que há um limite para a esperança quando ela não encontra respaldo na realidade.

O Brasil é um país abençoado por riquezas naturais incomparáveis. Da Amazônia ao Pantanal, do Cerrado à Mata Atlântica, somos um território de abundância. No entanto, paradoxalmente, somos também um país onde a miséria convive lado a lado com a opulência, onde a desigualdade social não é apenas uma estatística, mas uma ferida aberta em cada esquina. Enquanto poucos desfrutam de privilégios quase aristocráticos, milhões vivem sem acesso ao básico: saúde, segurança, educação e dignidade.

Nosso sistema político é um espetáculo à parte — e não no bom sentido. A corrupção, que deveria ser uma exceção, tornou-se a regra. A cada nova eleição, renovamos a esperança de que algo mude, apenas para vermos os mesmos rostos, os mesmos discursos vazios e, pior, os mesmos escândalos se repetirem como um ciclo interminável. O Brasil tornou-se refém de um sistema político que se alimenta da ignorância de seu povo e da impunidade garantida por leis que protegem mais os criminosos do colarinho branco do que os cidadãos honestos.

A decisão de partir não é um ato de covardia, mas de sobrevivência emocional e intelectual. É o grito silencioso de quem cansou de nadar contra a correnteza da mediocridade, da violência, da desilusão. É a busca por um ambiente onde a meritocracia seja mais do que um discurso vazio, onde o respeito às leis não seja exceção

Mas talvez a maior decepção esteja no próprio povo brasileiro. Um povo que se orgulha de sua “malandragem”, que celebra a vantagem indevida, que acha “esperto” quem burla regras e impostos, mas se revolta quando é vítima do mesmo sistema que ajuda a perpetuar. Um povo que, diante da desordem, prefere justificar o erro com o clássico “todo mundo faz” em vez de ser a mudança que tanto cobra. É triste reconhecer, mas o famoso “jeitinho brasileiro” não é um traço simpático de criatividade; é a raiz de muitos dos nossos males, a normalização da pequena corrupção diária que, em escala, forma o grande abismo em que vivemos.

Na educação, assistimos a um fracasso coletivo. Professores desvalorizados, escolas sucateadas, um sistema de ensino que mais forma rebanhos de repetidores de ideologias do que cidadãos críticos e preparados para o mundo. Investir em educação de qualidade parece ser uma ameaça ao status quo, porque um povo educado questiona, cobra, exige. E o Brasil não está preparado para lidar com um povo assim.

Na segurança pública, o Brasil em um verdadeiro estado de guerra civil não declarada. Cidades sitiadas por facções criminosas, zonas rurais abandonadas à própria sorte, e uma polícia que, muitas vezes, mais assusta do que protege. O cidadão de bem vive encarcerado atrás de grades, enquanto o criminoso goza de liberdade e proteção de leis frouxas. A impunidade é a regra, e a sensação de que a vida humana perdeu valor é cada vez mais evidente.

E mesmo com todos esses problemas escancarados, há uma apatia coletiva assustadora. O brasileiro aprendeu a sobreviver na adversidade e, por isso, normalizou a desgraça. O caos virou paisagem. Enquanto outros países discutem avanços tecnológicos, energias renováveis e soluções para problemas globais, nós no Brasil ainda debatemos questões básicas como saneamento, vacinação e combate à fome.

Diante desse cenário, a decisão de partir do Brasil não é um ato de covardia, mas de sobrevivência emocional e intelectual. É o grito silencioso de quem cansou de nadar contra a correnteza da mediocridade, da violência, da desilusão. É a busca por um ambiente onde a meritocracia seja mais do que um discurso vazio, onde o respeito às leis não seja exceção, onde a honestidade não seja motivo de chacota.

Eu desisti do Brasil porque me recuso a aceitar que este seja o único destino possível. Porque cansei de esperar por um futuro que nunca chega, de investir em um país que parece sabotar seus próprios filhos. Desisti porque entendi que a verdadeira pátria não é um pedaço de terra, mas um lugar onde podemos viver com dignidade, respeito e esperança real. E, por mais doloroso que seja admitir, esse lugar, infelizmente, não é mais aqui.

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Não tenho como discordar, em essência, do texto, até porque tomei a decisão de deixar o país há uma década e hoje sou um cidadão americano. Mas somos brasileiros, e brasileiros não desistem nunca! Por isso sigo na luta por um Brasil melhor. Nem todos os políticos são iguais, e basta comparar os quatro anos do governo Bolsonaro com essa porcaria petista que trouxe de volta os escândalos de corrupção.

Em 2026 vamos renovar mais de 50 cadeiras do Senado. É ali que está a mais importante batalha. O Senado tem sido hoje, principalmente nas figuras de seus presidentes Rodrigo Pacheco e agora Davi Alcolumbre, cúmplice do sistema podre e carcomido que tomou o poder de assalto e vem impondo um estado de exceção ao país. Se quisermos começar a mudar esse país para valer, então é preciso eleger bons senadores. Ou então cada vez mais gente vai adotar essa mentalidade descrita pelo ChatGPT…

(*Rodrigo Constatino é economista formado pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”)

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