Opinião

Opinião: O COLAPSO MORAL DO BRASIL

Por Franklin Ferreira*

A nação brasileira enfrenta uma crise moral profunda, marcada por uma erosão dos valores éticos e espirituais que outrora sustentaram sua identidade. A corrupção sistêmica, a violência desenfreada e a relativização da verdade corroem os alicerces da sociedade. Essa crise não é apenas política ou econômica, mas espiritual, refletindo um afastamento dos princípios cristãos que moldaram a cultura brasileira.

A Bíblia alerta que “a justiça exalta uma nação, mas o pecado é uma vergonha para qualquer povo” (Pv 14,34). A ausência de uma bússola moral clara tem levado o Brasil a um estado de confusão ética, onde o certo e o errado são definidos por conveniências pessoais ou ideológicas, em vez de princípios absolutos.

A anulação da condenação de Lula

Um dos episódios mais emblemáticos dessa crise foi a anulação das condenações de um ex-presidente preso, que posteriormente retornou ao poder. Esse evento, ocorrido em 2021 com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular as sentenças de Luiz Inácio Lula da Silva, levanta questionamentos sobre a integridade do sistema judiciário.

Do ponto de vista cristão, a justiça deve ser imparcial e refletir a verdade, como ensina a Escritura: “Não perverterás o direito; não farás acepção de pessoas” (Dt 16,19). Quando decisões judiciais favorecem interesses políticos em detrimento da verdade, a confiança na justiça é abalada, aprofundando a percepção de impunidade. Esse cenário alimenta a descrença dos brasileiros na ordem social e reforça a ideia de que a corrupção pode prevalecer sobre a retidão.

O Judiciário como arma política

A politização do STF tem agravado a crise moral e institucional no Brasil, transformando a Corte em um agente de intervenção política que, muitas vezes, ultrapassa suas prerrogativas constitucionais. Em decisões controversas, como a anulação de condenações de figuras políticas ou a imposição de medidas que restringem liberdades individuais, o STF tem agido como um poder acima dos demais, violando o princípio da separação de poderes estabelecido na Constituição Federal. Essa “ditadura de toga” desrespeita valores básicos de justiça e verdade, como orienta a Escritura: “Aprendei a fazer o bem; buscai o que é justo” (Is 1,17).

Ao priorizar agendas ideológicas progressistas, o STF destrói a confiança do povo brasileiro nas instituições, sobretudo no Judiciário, enfraquecendo a democracia e perpetuando a instabilidade.

(*Franklin Ferreira é bacharel em Teologia pela Escola Superior de Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, pós-graduado em Bíblia e Teologia pela Universidade Luterana do Brasil, mestre em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e doutor em Divindade pelo Puritan Reformed Theological Seminary. É reitor e professor de Teologia Sistemática e História da Igreja no Seminário Martin Bucer, em São José dos Campos (SP), professor-adjunto no Puritan Reformed Theological Seminary, em Grand Rapids-MI (Estados Unidos), e consultor acadêmico de Edições Vida Nova. Autor de vários livros, entre eles Teologia Sistemática (em coautoria com Alan Myatt), A Igreja Cristã na História, Avivamento para a Igreja, Contra a Idolatria do Estado, Pilares da fé e Por amor de Sião, publicados por Edições Vida Nova, e Servos de Deus e O Credo dos Apóstolos, publicados pela Editora Fiel)

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